quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Silent Hill: Book of Memories falha ao levar a série para outro gênero



Uma das franquias mais aterrorizantes do mundo dos games chega o PS Vita em um jogo totalmente novo. Silent Hill: Book of Memories mostra o game da Konami em uma jogabilidade parecida com a que consagrou Diablo e tantos outros RPGs. Porém, o resultado não superou as expectativas e o game não agradou aos fãs.
Silent Hill: Book of Memories (Foto: Divulgação) (Foto: Silent Hill: Book of Memories (Foto: Divulgação))Silent Hill: Book of Memories (Foto: Divulgação)
Menos terror e mais ação
Silent Hill foi um jogo que nunca deixou de lado as suas origens em relação ao terror, algo que a Capcom parece disseminar aos poucos em Resident Evil. O seu último título, Silent Hill Downpour para Xbox 360 e PlayStation 3, deixa clara essa intenção e, apesar de bugs e outros problemas, continua assustando e aumentando o batimento cardíaco do jogador.
Já em Book of Memories, esse fator simplesmente desaparece ao apresentar um jogo que mais parece uma aventura com pitadas de RPG, do que um game tenso e repleto de cenas aterrorizantes. A violência continua presente e as criaturas grotescas - outra característica marcante da série - permanecem, mas colocadas em um título que não lembra em nada as raízes da franquia.
Até mesmo o enredo não condiz com o que foi apresentado ao longo da trajetória da série. Você começa com um personagem que recebe como presente de aniversário um livro enviado da cidade de Silent Hill. A partir daí, você deve embarcar numa trama que envolve a história deste livro.
Silent Hill: Book of Memories (Foto: Divulgação) (Foto: Silent Hill: Book of Memories (Foto: Divulgação))As criaturas grotescas de Silent Hill continuam presentes em Book of Memories (Foto: Divulgação)
Evoluindo em um terror "fraquinho"
Conforme foi dito antes, Silent Hill: Book of Memories é um jogo que apresenta uma visão acima do personagem, em mapas limitados por salas e corredores. E mesmo mostrando diferentes mundos, é impossível não se incomodar com o ar de similaridade entre as fases. Em outras palavras, durante todo o jogo, você terá um conjunto de salas para recolher os itens e concluir um determinado puzzle, que por sua vez não possui qualquer dificuldade, apenas encaixar as peças nos lugares certos.
Os inimigos são os mesmos de toda a franquia. Desde as enfermeiras desconjuntadas, até o temível Pyramid Head, que agora surge em diversos momentos. É preciso eliminá-los para adquirir pontos de experiência e evoluir o seu personagem, exatamente como em qualquer jogos de RPG. Esse sistema pode parecer estranho na franquia, mas funciona como um atrativo para jogar novamente após concluir o game.
A dificuldade cresce a cada nova fase, sendo assim, em diversos momentos, é preciso criar uma certa estratégia para sobreviver, como equipar determinadas armas e itens. Estes podem ser encontrados pelo cenário ou podem ser adquiridos em uma espécie de loja que fica escondida pelo cenário.
Silent Hill: Book of Memories (Foto: Divulgação) (Foto: Silent Hill: Book of Memories (Foto: Divulgação))A dificuldade de Silent Hill: Book of Memories cresce a cada fase (Foto: Divulgação)
Duelando com os bugs e as quedas de frames
A movimentação do jogo poderia pesar positivamente, entretanto, a queda de frames incomoda bastante. Este problema ocorre em determinados momentos com muitos inimigos na tela, ou quando simplesmente você acende a lanterna.
O sistema de combate flui de uma forma satisfatória. É preciso estar atento à arma utilizada e aos inimigos que você enfrenta. Por exemplo, algumas criaturas sofrem mais dano com armas cortantes, enquanto outras sofrem com as armas de fogo. O game também conta com outros tipos de ataque, como os golpes especiais. É preciso adquirir o movimento na loja, e depois equipá-lo para executar contra seus inimigos.
Silent Hill Book of Memories (Foto: Divulgação)O sistema de combate de Silent Hill Book of Memories é satisfatório (Foto: Divulgação)
Visual simples e repetitivo
Mesmo tratando-se de um visual limitado ao portátil, Silent Hill: Book of Memories apresenta gráficos muito simples. Os cenários não possuem muitos detalhes, e a todo momento apresentam paredes e trilhas entre as salas muito similares. Até os objetos do local, como móveis e armadilhas, são sempre os mesmos.
Os inimigos sofrem do mesmo problema. A desculpa da Konami foi mudar o elemental de alguns para que sofram alguma diferenciação, mas nada comparado a variedade apresentada em outros jogos. As poucas e limitadas animações e também são simples demais e não agradam.
A sensação é que houve um certo descuido na hora de caprichar no visual do jogo. Todos sabem que Book of Memories deveria ser lançado no começo do ano, mas sofreu uma série de atrasos e só chegou às lojas quase no final de 2012. Mesmo assim, tanto tempo de espera não adiantou muito e o jogo tem cara de um produto mal finalizado, seja na parte visual, quanto na parte da jogabilidade.
Silent Hill: Book of Memories (Foto: Divulgação) (Foto: Silent Hill: Book of Memories (Foto: Divulgação))O visual gráfico de Silent Hill: Book of Memories é simples e sem muitos detalhes (Foto: Divulgação)
Conclusão

Silent Hill Book of Memories é uma tentativa frustrada da Konami de levar a franquia - que sempre manteve o mesmo estilo - em um game que mistura aventura e RPG. Entretanto, a jogabilidade e o sistema de evolução não combinam com os gráficos simples, cenários repetitivos e inúmeros bugs pelo caminho. Isso sem falar no terror, que foi praticamente apagado do jogo. Infelizmente, uma bola fora da produtora.

 


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